Você já ouviu falar da variedade de uva chilena País e da categoria de vinho Pipeño? Vinho Cacique Maravilla Cot Pipeño 2014 (Cot, País e Cabernet Sauvignon) Para o bem dos apreciadores da nobre bebida, produtores de vinho mundo afora se conscientizaram que já estávamos por muito tempo em uma “ditadura” de vinhos extremamente frutados e amadeirados.
Todos nós temos as nossas preferências. É importante que cada um possa escolher que tipo de vinho deseja beber. E o mercado entendeu isso. Alguns produtores, sobretudo em alguns países do novo mundo vitivinícola (clique aqui para entender), ainda continuam produzindo vinhos naquele estilo. Muitos outros deram uma guinada em outras direções. Por essa razão, temos disponíveis vinhos de todos os estilos e que merecem ser provados, até para que cada um possa definir o que mais aprecia. Diversos produtores chilenos mudaram suas formas de produzir vinhos, inclusive voltando às antigas tradições. O aparecimento e o relativo sucesso dos vinhos naturais (clique aqui para entender) ajudaram muito em todo este processo. Todo mundo já ouviu falar da variedade de uva Carménère, de que forma ela chegou no país (clique aqui para ler) e como se transformou na uva emblemática chilena. A variedade de uva mais plantada no Chile antigamente se chamava País. Os camponeses costumavam fazer as refeições durante o trabalho acompanhadas de vinho. Por essa razão, os vinhos elaborados com essa uva tinham baixa gradação alcoólica e método de vinificação relativamente simples (baixo custo de produção). Com o maior desenvolvimento da indústria vitivinícola chilena no final do século passado, as variedades europeias de maior fama, como a Cabernet Sauvignon e a recém redescoberta Carménère, dominaram o panorama local. Com o tempo, algumas variedades, como a País, foram sendo abandonadas. Por essa razão, ela foi quase esquecida no Chile. Muito se fala atualmente de vinhos Pipeños. A palavra vem de pipas (grande tonéis de carvalho), muito usados sobretudo em Portugal e na Espanha. A diferença é que essas pipas no Chile são feitas com uma espécie de madeira chamada Raulí, de grande porosidade e que permite uma maior oxigenação do vinho. A uva mais utilizada na produção dos vinhos Pipeños é justamente a País; em alguns casos em um blend com outras uvas, como na foto acima. Os vinhos são aromáticos, de maior acidez e geralmente com baixa gradação alcoólica. Como expliquei no começo deste post em relação a mudança de rumo, este é um resgate das velhas tradições e em busca de um vinho mais autêntico. Tendo oportunidade, experimente um vinho Pipeño e faça a sua própria avaliação. Isso é o mais importante! Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário.
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Como pronunciar corretamente os nomes das uvas? Algumas variedades de uvas têm nomes muito complicados, sobretudo as alemãs. Vamos deixar de lado por enquanto esses nomes, alguns deles quase impronunciáveis para os pobres mortais, e nos concentrar nas variedades de uvas comumente encontradas em nosso país. Para facilitar, coloquei o nome original da uva e ao lado como se lê o nome, apenas como referência para o entendimento. Variedades Tintas: Cabernet Sauvignon: Cabêrnê Sôvinhôn Merlot: Merlô Cabernet Franc: Cabêrnê Frrã (rr - som como na palavra carro) Carménère: Carmênérr Tannat: Taná Pinot Noir: Pinô Nuár Sangiovese: Sandjôvése Tempranillo: Tempranilho Syrah: Sirrá Marselan: Marssêlã Gamay: Gamé Carignan: Carrinhã Variedades Brancas: Sauvignon Blanc: Sôvinhôn Blã Semillon: Semiiôn Riesling: Rislín Chardonnay: Xardôné Pinot Grigio: Pinô Gridjô Chenin Blanc: Chênã Blã Gewurztraminer: Guevúrsstramíner (ss - som como na palavra "assar") Viognier: Viônhiê Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário.  O que é degustação às cegas? É muito comum ver a expressão “degustação às cegas” em matérias relacionadas a vinhos. Mas o que significa exatamente? Embora eu já tenha participado de uma degustação totalmente vendado, em Franciacorta, na Itália, onde os outros sentidos, exceto a visão, foram colocados à prova, uma degustação às cegas de maneira geral se refere a degustar um vinho sem saber nenhuma informação sobre ele, nem menos olhar a garrafa, que poderia, em tese, ser um indicador da procedência. Quando estamos entre amigos, sobretudo aqueles enófilos, se trata de um ótimo exercício de degustação, porque nos força a tentar identificar as características de um vinho usando todos os nosso sentidos. Para esse tipo de degustação, existe uma capa de pano apropriada que veste a garrafa. Uma outra alternativa seria usar papel alumínio para envolvê-la. Podem ser usadas também taças pretas para dificultar a visão do líquido, tornando a identificação do vinho ainda mais difícil.  Nas degustações profissionais, onde são provados inúmeros vinhos no mesmo dia, as garrafas costumam ser identificadas com números e apenas chegam à mesa as taças com os vinhos que serão degustados. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário.  A resposta parece óbvia. Claro que sim, cada um tem as suas preferências! Tem gente que gosta de vinhos ditos frutados, tem gente que gosta de vinhos ditos evoluídos, tem muita gente que prefere os tintos, outros poucos que preferem brancos, embora essa última premissa venha sendo mudada ultimamente com todo o meu apoio. O que eu acho particularmente interessante é experimentar novos perfis de vinhos sempre que possível. Às vezes nos surpreendemos com vinhos que nunca tínhamos ouvido falar como foi o caso de amigos que adoram os vinhos “frutados” e que experimentaram pela primeira vez um vinho laranja. Espero que esta experiência tenha aberto o leque de opções, afinal um vinho laranja tem seu lado frutado mas apresenta também outras características que, às vezes, passam longe das frutas. Um dos amigos adorou a novidade, o outro detestou, mas o importante é que ambos experimentaram. Vamos tentar entender um pouco mais. Falando de maneira geral, existem diferenças entre vinhos do velho mundo e do novo mundo vitivinícola (clique aqui para entender). Os do velho mundo costumam ter um perfil mais ligado ao terroir (clique aqui para entender) de onde vieram. Isso por si só já os diferencia entre eles. Já os vinhos do novo mundo costumam ser mais “padronizados” em busca de muita fruta e mais macios em boca, inclusive quando recém lançados no mercado. Lógico que isso tudo é um panorama geral. Existem muitos produtores do novo mundo vitivinícola que fazem vinhos no estilo do velho mundo e outros tantos que buscam criar vinhos diferenciados, com técnicas modernas de plantio e vinificação e também retornando a técnicas ancestrais de produção como ânforas e até os pipeños (clique aqui para ler), por exemplo, como existem produtores do velho mundo produzindo vinhos “mais fáceis” para beber. Julgo particularmente que os vinhos do Brasil e do Uruguai estão justamente no meio do caminho. Os dois países pertencem ao novo mundo vitivinícola, porém o estilo dos seus vinhos tende a trazer as boas características dos dois mundos. Experimente sempre que possível novos vinhos. Quem sabe você não será surpreendido positivamente! Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário.  Texto escrito pela Senhora Sacando a Rolha Um vinho vale o prazer que ele proporciona! Esse foi o primeiro pensamento quando fui escrever esse texto. Então, para quem não gosta de vinho (aceito mas não entendo), uma garrafa de um bom Chablis não vale nada? É certo que existe um custo de produção: mão de obra, matéria prima, insumos, tempo de guarda, etc, que para alguns, como por exemplo os produtores de vinho natural, encarece muito o produto final. E não podemos deixar de levar em conta os impostos $$$$$$$. Mas o que torna uma garrafa de vinho um produto de cinco dígitos? Alguns dirão, a pequena produção aliada à grande procura. Outros dirão que é o marketing. Com certeza, se há alguém que compra, há alguém que venda. Infelizmente, esses vinhos de exceção não cabem na maioria dos nossos bolsos. Mas se coubessem? Você acha que um Petrus será 1.000 vezes melhor que um bom vinho nacional de Merlot? A satisfação no paladar é multiplicada por 1.000 ou apenas saber que você está tomando um vinho que a maioria dos enófilos venera e sequer provou é prazer suficiente? Precificar um vinho é tão difícil quanto.... Não saberia fazê-lo, principalmente depois de algumas taças!!!! Saúde, Salute, Santé!!! Deixe o seu comentário. Você sabia que a Cabernet Sauvignon surgiu de um cruzamento natural entre duas famosas uvas, uma tinta e outra branca? Uma das uvas mais conhecidas do mundo, a Cabernet Sauvignon, surgiu de um cruzamento natural entre duas uvas existentes na região de Bordeaux, sudoeste da França, no século XVII. Portanto, do ponto de vista enológico esta variedade é relativamente recente. As duas uvas que deram origem foram a tinta Cabernet Franc e a branca Sauvignon Blanc. Para os enófilos mais habituados com degustações, algumas características das duas uvas são perceptíveis na Cabernet Sauvignon; o cassis e o pimentão verde da Cabernet Franc e o lado herbáceo da Sauvignon Blanc. Estudei sobre esta questão na literatura francesa. Os aromas de pimentão verde e o lado vegetal aparecem também em algumas outras variedades, como a Carménère e a própria Cabernet Franc. Elem se devem a uma substância chamada pirazina, que está naturalmente presente nestas variedades de uvas. A pirazina vai sendo “destruída” gradativamente pela luz do sol quando a uva amadurece. A questão principal é que, como estas variedades têm ciclos de maturação mais longos (clique aqui para entender), elas devem amadurecer perfeitamente para que os vinhos resultantes não reflitam exageradamente estas características. Costumo sentir um aroma de mentol bem presente em alguns Cabernets. Nesta mesma pesquisa descobri que, contrariamente ao que pensava, estes aromas não são oriundos de barricas, mas da própria uva produzida em locais relativamente frescos e que apresentam picos de calor durante o seu período amadurecimento. O solo de Graves, encontrado na margem esquerda de Bordeaux (clique aqui para entender), onde a Cabernet Sauvignon atinge seu total esplendor, é uma mistura de pedras arredondadas, chamadas localmente de “galets” com areia e argila. Essas pedras foram sendo trazidas por milhares de anos pelos rios locais e se depositando na região. Os galets ajudam a reter o calor que o solo recebeu durante o dia, restituindo à parreira durante a noite, fazendo amadurecer as uvas até o seu ponto ideal. Devido ao sucesso que a Cabernet Sauvignon atingiu, sobretudo na região de Bordeaux (utilizada em blends com a Merlot e pequenos percentuais de outras variedades), nos Estados Unidos, na Austrália e no Chile, ela foi muito plantada em diversas outras regiões, onde a junção de solo e clima não eram muito propícios a esta variedade, dificultando sobretudo a sua maturação completa. O que acontece nessas regiões é que os vinhos resultantes serão, normalmente, muito ácidos ou muito tânicos. Embora a grande maioria dos Cabernets Sauvignon passe por barricas, esse maus exemplares costumam utilizar barricas por mais tempo que o necessário para esconder estas características. Aqui no Brasil costumamos produzir bons exemplares de Cabernet Sauvignon somente nas safras excepcionais, quando as uvas desta variedade atingem a maturação ideal, sobretudo nos verões com pouquíssimas chuvas. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Como um filme fez cair o consumo da Merlot nos Estados Unidos? Se tem um país no mundo que é altamente influenciado por notas e opiniões em relação a vinhos, posso dizer sem sombra de dúvidas que são os Estados Unidos. O crítico de vinhos Robert Parker com suas avaliações ditou o panorama dos vinhos produzidos não só por lá, seu local de origem, mas no mundo todo com altas pontuações para vinhos extremamente frutados e amadeirados. Por incrível que pareça, um filme americano de 2004 chamado Sideways ("Entre Umas e Outras", em português), provocou uma mudança radical no consumo de vinhos local. O personagem principal do filme e conhecedor de vinhos, chamado Miles, fez uma viagem pelas vinícolas da Califórnia com seu amigo Jack. Miles falou constantemente durante o filme que na região eram produzidos Merlots medíocres e que gostava muito mais dos vinhos produzidos com a variedade Pinot Noir. Fonte: Cena retirada do filme Sideways no perfil de Vinicius Sartori O mais interessante dessa historia é que Miles tinha guardado em sua adega uma preciosidade; uma garrafa de Cheval-Blanc (um dos principais vinhos de Saint-Émilion) da safra de 1961. Embora variem as proporções de ano para ano, a composição do Cheval-Blanc tem sempre Cabernet Franc, normalmente em maior percentual, e a própria Merlot. Miles dizia que a garrafa era para ser aberta em uma ocasião especial. Infelizmente ele resolveu abri-la em um momento de depressão, sozinho em uma lanchonete e a bebeu em um copo de plástico. Isso é que é heresia! Pelo que andei pesquisando, a Merlot sempre foi muito produzida na Califórnia até os anos 90. O que aconteceu é que se produziu demais sem controle de qualidade e origem, gerando vinhos heterogêneos em toda a região e assim diminuindo a qualidade geral. A questão do filme só piorou a situação. Como expliquei anteriormente, o mercado americano, altamente influenciável, começou a deixar de consumir vinhos à base de Merlot e aumentou muito o consumo de Pinot Noir. Particularmente, acho que a Pinot Noir não é casta ideal para climas mais quentes como o da Califórnia. Tanto a Pinot Noir como a Merlot geram melhores vinhos em climas mais frios, como é o caso de Washington State e Oregon, noroeste dos Estados Unidos. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Você sabe as diferenças entre um Chianti e um Chianti Classico? O nome Chianti não é uma garantia de que você está comprando excelentes rótulos. Como expliquei no post anterior (clique aqui para ler), os vinhos mais prestigiados da região têm o símbolo do “Gallo Nero” na parte inferior da cápsula. Vamos entender melhor tudo isso.  Para começar, existem duas denominações diferentes dentro da região e com regras próprias; Chianti e Chianti Classico. Olhando o mapa, observa-se que a região do Chianti Classico (cor vinho) é bem menor do que a região do Chianti (cor cinza).  Fonte: http://www.academiadovinho.com.br Essa divisão existe há 300 anos. Historicamente, os terroirs (clique aqui para entender) pertencentes ao Chianti Classico, localizados entre as cidades de Firenze (Florença) e Siena, são os originais da denominação e os melhores da região para produção de vinhos. Já a denominação Chianti (não confundir com Chianti Classico) tem as suas próprias regras. O uso da variedade Sangiovese deve compor pelo menos 70% do corte (blend) e pode ser complementada por outras uvas locais, como a Canaiolo ou Colorino ou pelas internacionais Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, etc. Podem ser encontradas dentro da denominação Chianti algumas sub-regiões onde são produzidos vinhos, como Colli Senesi (colinas próximas a cidade de Siena), Colli Aretini (colinas próximas a cidade de Arezzo), entre outras. Um Chianti pode ser rotulado como Chianti Superiore caso tenha gradação mínima de 11,5% e com produção com menores rendimentos por hectare. Para ter a menção de Chianti Riserva, o vinho deve envelhecer no mínimo dois anos e ter gradação alcoólica mínima de 12,5%. O importante é obter informações antes de comprar uma garrafa de um vinho da denominação Chianti, pois devido a grande variedade de terroirs e liberdade de produção dentro da denominação, a produção é muito heterogênia. Já a denominação Chianti Classico é muito mais restritiva, criando um padrão próprio de vinhos. A quantidade mínima da variedade Sangiovese aqui sobe para 80%, podendo utilizar como complemento variedades de uvas locais ou internacionais. Todos os vinhos do Chianti Classico utilizam o selo do Gallo Nero. Anteriormente existiam apenas duas diferenciações dentro dessa denominação. A partir de 2013/2014 foi criado o Chianti Classico Gran Selezione, que é o top de categoria. Assim, temos:
 Fonte: http://www.chianticlassico.com Saúde, Salute, Santé!!! Deixe o seu comentário. Você já ouviu falar da história do "Gallo Nero", símbolo dos vinhos produzidos em Chianti Classico? Desde a idade média, a Toscana sempre foi uma região muito importante politicamente. Duas cidades poderosas brigavam pelo poder local, Florença e Siena. Em verdade, cada uma delas dominava em torno da sua área, porém não conseguiam estabelecer uma fronteira entre elas, justamente o que é hoje a região de Chianti. Para resolver o problema, foi adotada uma solução, diria, no mínimo estapafúrdia: convencionou-se que a partir do canto do galo nas primeiras horas do dia, um cavaleiro partiria de cada uma das cidades e onde eles se encontrassem a fronteira seria definida. Florença escolheu um galo preto (gallo nero em italiano), deixou ele sem comer por alguns dias e o colocou em uma gaiola pequena e escura. Já Siena escolheu o seu melhor galo branco, bem alimentado e habituado a cantar sempre ao amanhecer. Reza a lenda que o galo preto de Florença, estressado e faminto, começou a cantar algumas horas antes do amanhecer, o que permitiu ao seu cavaleiro partir bem mais cedo, enquanto o galo branco de Siena, bem alimentado, começou a cantar fortemente no horário habitual, quando enfim partiu o seu cavaleiro. Ambos se encontraram a apenas doze quilômetros da cidade de Siena em um local chamado Fonterutoli, definindo assim a fronteira entre as duas grandes cidades toscanas. Se a história tem algum fundo de verdade, não podemos saber. Fato é que o Gallo Nero representou tal poder para a cidade de Florença que quando o Palazzo Vecchio foi reformado na metade do século XVI, o pintor e arquiteto Giorgio Vasari o representou em um afresco no “Salone del Cinquecento”. Infelizmente, chegaram muitos Chianti de péssima qualidade em nosso país no final do século passado, sobretudo aqueles das garrafas que vinham em uma cesta de palha, chamada de “fiasco”, em italiano. Creio que tenha acontecido o mesmo em vários outros países. Desde os meados do século XVIII os melhores exemplares vêm da denominação Chianti Classico. Para atestar a qualidade do produto, decidiu-se recentemente por colocar o símbolo do “Gallo Nero” na parte de baixo da cápsula em todos os vinhos pertencentes a esta denominação.  Chianti Classico Riserva I Colombi 2014 em encontro com os amigos Marco Cestrone e Marcelo Marques no Saporito Cantina Itliana em set/19. Vale a pena ressaltar que existem duas regiões diversas: Chianti e Chianti Classico. Na próxima postagem explicarei as diferenças entre ambas. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Como encontrar as garrafas na sua adega ou no local onde os vinhos estão armazenados? Todo enófilo tem sempre muitas garrafas em casa em adegas ou em armários, dependendo das temperaturas locais e da disponibilidade financeira. É comum ouvir a frase: “acho que tenho uma garrafa desse vinho, mas não sei bem onde encontrá-la”. Já pensou ter que tirar várias garrafas de sua adega ou armário até encontrar o vinho que deseja degustar? que trabalheira! E ainda podem acontecer acidentes de percurso, como quebrar uma ou mais garrafas. Seria terrível! Depois de alguns problemas do gênero, consegui desenvolver um sistema que funciona muito bem, pelo menos para mim. Sei que existem alguns aplicativos que podem auxiliar, mas nada que contemple toda a organização. Eu utilizo dois sistemas interligados: uma planilha de Excel e uma tabela no Word para colocação de etiquetas. A planilha de Excel serve para armazenar as informações básicas de cada vinho. Ela pode ser alterada de acordo com a sua comodidade. Dá para saber a quantidade total de garrafas, por país, por tipo, por uva e por região, entre outras. Basta entender um pouquinho do uso do Excel.  Planilha de Excel ©Blog de Vinhos Sacando a Rolha  Planilha de Excel (cont.) ©Blog de Vinhos Sacando a Rolha A tabela do Word serve para localizar onde as garrafas estão guardadas. Essa tabela é construída de acordo com o formato do local de armazenamento.  Tabela criada no Word com modelo para adega de 34 garrafas. ©Blog de Vinhos Sacando a Rolha Para exemplificar, construí uma tabela com o formato de uma adega para 34 garrafas da Electrolux. Essa tabela foi configurada para aceitar futuras etiquetas com as medidas 22mm x 55mm; você pode comprar o modelo A5Q-2050 da Pimaco.  Posição dos vinhos na adega relacionado com a tabela. ©Blog de Vinhos Sacando a Rolha Após criar a tabela você poderá entrar com as primeiras informações diretamente sem necessidade de utilização de etiquetas. Utilize um papel de maior gramatura (não irá se deteriorar facilmente quando for substituir as futuras etiquetas). Criei um sistema de cores para vinhos e países que também auxilia a localizar as garrafas quando for escolher uma.  Cores diferenciadas para cada país. ©Blog de Vinhos Sacando a Rolha  Cores diferenciadas para cada tipo de vinho ou espumante. ©Blog de Vinhos Sacando a Rolha Se você optar por não utilizar o computador, faça as etiquetas manualmente e as coloque diretamente sobre o modelo em papel que corresponda ao espaço do local onde você guarda os seus vinhos. Caso seja um espaço maior, como um armário, por exemplo, você pode juntar duas folhas de tamanho A4 na horizontal e utilizar o mesmo procedimento. Escolhendo uma garrafa: imagine, por exemplo, que você queira tomar um espumante brasileiro. Basta procurar as etiquetas escritas em verde claro com a garrafa verde; no exemplo dado, essa garrafa estaria na quarta fileira de cima para baixo, primeira à esquerda. Basta pegar a garrafa e colocar uma etiqueta em branco por cima ou acrescentar já a nova etiqueta pronta do vinho que entrará no local. Não esqueça de apagar a linha correspondente na sua planilha de Excel. Isso poderá ser feito diretamente no celular. Quando você adquirir novas garrafas, basta acrescentar o novo vinho à planilha e criar a etiqueta para colar na posição onde ele entrará. Se não quiser digitar no computador, preencha a etiqueta a mão. Et voilà, as suas garrafas estarão sempre organizadas e documentadas. Saúde, Salute, Santé!!! Deixe o seu comentário. O que significa "Sur Lie"? A tradução literal para a palavra francesa “lies” seria “borras” ou “sedimentos”. Mas o que tem a ver esta expressão com o mundo dos vinhos? No processo de produção do champagne ou qualquer bebida produzida pelo método tradicional (clique aqui para ler), as leveduras mortas após a segunda fermentação na garrafa são mantidas em contato direto com o líquido para dar complexidade aromática à futura bebida. Em verdade, depois que as leveduras executam o “árduo trabalho” de comer o açúcar extra acrescentado na garrafa e transformá-lo em álcool, elas morrem por falta de alimento e depois de um certo tempo sofrem um processo chamado de autólise, onde elas se romperão, liberando componentes aromáticos à bebida. O tempo de contato do líquido com estes sedimentos dependerá da qualidade do vinho base e do estilo da bebida que o produtor deseja criar. Normalmente, estes sedimentos são retirados da garrafa através da rémuage e do dégorgement (clique aqui para entender os processos de "rémuage" e "dégorgement"), embora existam alguns bons espumantes, muitos deles brasileiros, onde os sedimentos são deixados na garrafa, mantendo a evolução da bebida até que ela seja aberta pelo consumidor. A mesma ideia é utilizada para a produção de alguns vinhos tranquilos (sem borbulhas) e seguindo o mesmo processo. Como o vinho não espumante possui apenas uma fermentação, o contato com as leveduras mortas ocorre após a fermentação alcoólica pelo período que o produtor desejar. A manutenção do futuro vinho “sur lie” é mais uma das ferramentas de vinificação que o produtor tem em mãos para criar exemplares diferenciados, gerando vinhos mais complexos e normalmente mais desejados pelos enófilos. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Onde são produzidos os melhores vinhos com a variedade de uva Syrah? A variedade de uva Syrah é responsável por ótimos vinhos em várias regiões espalhadas pelo mundo. Os vinhos produzidos a partir dessa uva apresentam comumente aromas de frutas negras, especiarias, chocolate e defumados, entre outros, e costumam ser relativamente encorpados. São excelentes para harmonizar com carnes com molhos condimentados. O berço da uva Syrah é francês, assim como de muitas variedades conhecidas mundialmente. No norte da região do Rhône ela exprime todo o seu potencial em Hermitage e Côte Rôtie. Interessante salientar que em Cotê-Rôtie a Syrah normalmente é cofermentada (fermentada junto com outra variedade de uva) com a casta branca Viognier, esta última em um percentual que pode chegar até 20%, embora os produtores costumem utilizar de 1 a 5%.  Hermitage Guigal safra 2013. Fonte: http://www.vin-vigne.com Já no sul do Rhône e no sul da França de maneira geral, a Syrah participa nos cortes (vinhos produzidos a partir de mais de uma variedade de uva), normalmente junto com a Grenache e a Mourvèdre, o famoso corte GSM (clique aqui para entender). Outro local importante onde a Syrah produz ótimos vinhos é na Austrália, sobretudo a partir da criação do mítico vinho Penfolds Grange. A história desse vinho é muito interessante: Max Schubert, o enólogo da Penfolds nos anos 50, foi se aprimorar na Europa em busca de conhecimento para fazer grandes vinhos na Austrália que pudessem envelhecer por anos. Ele visitou vários Châteaux bordaleses e quando voltou para a Austrália optou por produzir um vinho, não com as principais uvas bordalesas, mas com a Syrah, utilizada no Rhône. Por essa razão deu ao vinho o nome de Grand Hermitage (vide explicação sobre o Hermitage acima). O problema é que o proprietário detestou o vinho e não deixou que fosse mais produzido na sua vinícola. Reza a lenda que Max deixou o vinho escondido em uma barrica. "Misteriosamente", esta barrica foi encontrada depois de alguns anos. Depois de provado, constatou-se que o vinho tinha evoluído muito; estava maravilhoso. Daí em diante, continuou sendo produzido da mesma forma e se tornando o vinho emblemático do país. Os franceses reclamaram o uso indevido do nome Hermitage no rótulo. Por essa razão, o nome mudou para Penfolds Grange. Na Austrália se utiliza a grafia Shiraz ao invés de Syrah.  Penfolds Grange safra 2008. Fonte: http://wineauctionhouse.com.au A Itália faz bons Syrahs na Toscana e alguns na Sicília e os Estados Unidos no Napa e Sonoma Valley. Na região do Alentejo, em Portugal, a Syrah tem grande projeção, devido à interessante história do vinho Incógnito (clique aqui para conhecer). Outro bom produtor é a África do Sul. Em Israel e no Líbano a Syrah entra normalmente em cortes com outras variedades de uvas. Gosto de alguns Syrahs produzidos no nosso vizinho Chile em regiões de clima mais frio. No Brasil temos exemplares de ótimo nível produzidos na Serra da Mantiqueira e utilizando o sistema da dupla poda (clique aqui para entender). Como esse processo ainda é novo, as parreiras também são novas. Provavelmente produziremos vinhos de exceção em alguns anos. Vale ressaltar também o vinho premium da Miolo produzido no Vale do São Francisco, nordeste brasileiro, chamado Testardi. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. O que é dupla poda? Como a maior parte do Brasil se encontra dentro do clima tropical, é comum fazer muito calor em boa parte do ano e chover bastante nos meses de verão, quando são colhidas as uvas no hemisfério sul. A Serra Gaúcha está localizada no limite das zonas convencionais de produção de vinhos, que vão dos 30 a 50 graus de latitude, nos hemisférios norte e sul do planeta. Em determinados anos, a região sofre muito com estas chuvas, sobretudo as variedades de uvas com ciclo de maturação tardia (clique aqui para entender), como a Cabernet Sauvignon, por exemplo. Os espumantes da Serra Gaúcha fazem tanto sucesso mundo afora porque as uvas utilizadas, em grande parte a Chardonnay e a Pinot Noir, têm suas maturações precoces. Além disso, elas são colhidas um pouco antes para manter um pouco mais de acidez na bebida, fator primordial para um bom espumante. Visando produzir vinhos de qualidade também em outros estados brasileiros, a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) desenvolveu um processo que está dando muitos resultados na nossa vitivinicultura, sobretudo nos estados do sudeste, em zonas de altitude. Ele se chama dupla poda ou poda invertida e consiste em realizar duas podas em períodos diferentes do ano de modo a direcionar a colheita para os meses do inverno brasileiro. Mas por qual razão? O inverno nestas regiões é bem seco e permite uma boa amplitude térmica entre o dia e a noite, o que favorece a maturação completa das uvas, condições climáticas semelhantes a de muitas regiões produtoras de vinho no mundo. Falando do processo em si, a primeira poda é realizada em torno do mês de agosto com o objetivo de selecionar os novos ramos que produzirão as futuras uvas. A segunda poda é realizada em meados de janeiro, onde serão selecionados apenas os ramos escolhidos pelo produtor e que irão gerar os futuros cachos realmente produtivos. Vale lembrar que não devem ser deixados muitos cachos por parreira para que os nutrientes não se diluam, gerando frutos menos apropriados para produção de vinhos de qualidade. Como exemplos de vinhos tintos e brancos que já provei e são comprovadamente de boa qualidade, destaco a Vinícola Guaspari, localizada em Espírito Santo do Pinhal, a Casa Verrone, localizada em São José do Rio Pardo, ambas na Serra da Mantiqueira e a Vinícola Pirineus, localizada na Serra dos Pirineus em Cocalzinho de Goiás.
Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Como são produzidos os vinhos no Vale do São Francisco? Antigamente, quase todos os vinhos eram produzidos em regiões que se concentravam dentro das faixas de latitudes entre 30 e 50 graus nos hemisférios norte e sul do planeta. Grande parte da produção brasileira se encontra na região sul do país, sobretudo no estado do Rio Grande do Sul, no limite da latitude 30º, porém produzimos vinhos de qualidade em outras regiões brasileiras a partir de duas formas de cultivo bem particulares. Neste post vou abordar a produção no Vale do São Francisco e em outro post vinhos produzidos no sudeste e no centro-oeste do nosso país. No nordeste do Brasil, perto do Rio São Francisco, divisa dos estados da Bahia e Pernambuco, foi desenvolvida uma técnica muito interessante que permite produzir até duas colheitas e meia por ano. O que se faz por lá é dividir as parreiras existentes em setores e provocar um estresse hídrico nelas; cada setor em uma época diferente. Vamos entender melhor o assunto porque a explicação não é complicada: a região tem muito sol durante todo o ano e pouquíssima chuva. As parreiras são irrigadas pelas águas do Rio São Francisco através de um sistema de gotejamento; imagine um tubo de água com vários “furinhos” passando próximo às parreiras. Enquanto a planta está recebendo água, ela segue o seu fluxo normal de produção. Quando o fluxo de água é interrompido por muitos dias, já que praticamente não chove na região, as parreiras entram em estado de hibernação até que recebam água novamente e recomecem todo o ciclo produtivo. É importante salientar que plantas que produzem vinhos de qualidade precisam passar por todo esse ciclo produtivo (hibernação, floração, colheita e a poda). Assim, em um setor do vinhedo podem ter parreiras hibernando, em outro uvas sendo colhidas e em um terceiro setor parreiras em período de florescimento. Assim, se consegue um fornecimento de uvas para produção de vinhos e espumantes durante mais de um período ao ano, fator excelente para que a vinícola possa utilizar os seus equipamentos durante grande parte do ano, aumentando assim a produção total. O Vale do São Francisco produz espumantes não tão sofisticados como os da Serra Gaúcha, mas agradáveis para serem consumidos em nosso clima tropical. A região produz também vinhos tranquilos (sem borbulhas), alguns de excelente qualidade. Conversando com o Adriano Miolo, ele explicou que em uma das colheitas da região (eles classificam como "colheita de inverno"), é de onde vem os melhores vinhos, como o Testardi da Miolo, produzido a partir da variedade de uva Syrah. Nesse período existe uma maior amplitude térmica entre o dia e a noite, mas nada comparável às regiões produtoras tradicionais espalhadas pelo mundo. A Syrah é a variedade que melhor se adaptou na região.  Fonte: www.miolo.com.br/produtos/testardi-syrah/ Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Como conhecer a Borgonha sem dirigir? Nos posts anteriores comentei sobre os vinhos da Borgonha aqui no blog. Agora vou dar dicas de como chegar lá sem precisar dirigir. Por sorte, a malha ferroviária francesa é excepcional, embora os preços sejam mais altos do que em outros países europeus. Geograficamente, quase a totalidade da Borgonha está situada entre as cidades de Dijon e Lyon. Ambas são bem interessantes para se conhecer e vale a permanência de pelo menos duas noites em cada uma delas. Para quem não dirige em viagens, como é o nosso caso, e quer conhecer o que tem de mais interessante, aconselho pensar em Dijon como base para os passeios vitivinícolas. A Côte d’Or, que se subdivide em Côte de Nuits e Côte de Beaune, é onde estão as melhores referências da região e estão muito próximas desta cidade. Beaune, digamos a "capital” da Côte de Beaune é uma graça. A viagem de Dijon para Beaune demora apenas 20 minutos. A distância da estação de trem até a entrada da cidade é de 800m.  A cidade é toda murada. Um programa imperdível é visitar os Hospices de Beaune, que era um hospital que cuidava de pessoas carentes anteriormente e foi transformado em museu. Os belos telhados envernizados são famosos no mundo inteiro. Existem vários locais de degustação dentro da cidade. Me lembro do Couvent des Cordeliers e de um passeio dentro de uma cave iluminada à luz de velas chamado Marché aux Vins, onde poderiam ser degustados vários vinhos diferentes, com a ajuda de um taste-vin (apetrecho de prata ou de metal com ranhuras, próprio para experimentar pequenas quantidades de vinho e avaliar todos os seus aspectos).  Taste-vin Não se esqueça de provar os escargots em Beaune, especialidade local, e que harmonizam com os excelentes Chardonnays borgonheses. Caso você não esteja dirigindo, aconselho uma excursão para conhecer a Côte de Nuits e que pode ser reservada na Oficina de Turismo de Dijon. Vale muito à pena passear na pequena estrada que passa em meio aos vinhedos, alguns deles responsáveis por alguns dos melhores vinhos do mundo, como o Domaine de la Romanée-Conti e o Clos Vougeot. Faz parte do passeio degustar os famosos vinhos locais à base de Chardonnay e Pinot Noir. Logicamente, a Borgonha tem muito mais a oferecer. Depende principalmente de quanto dinheiro você quer gastar, pois os vinhos de lá, alguns deles de pequeníssima produção, são alguns dos mais reputados e caros do mundo. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Conheça as classificações existentes na Borgonha Na Borgonha se produz vinho tinto com a variedade Pinot Noir e vinho branco com a Chardonnay. Pela legislação podem também ser utilizadas a casta branca Aligoté, a tinta Gamay e poucas outras variedades em algumas sub-regiões borgonhesas como é o caso da denominação Saint-Bris, onde se utiliza a Sauvignon Blanc na produção de seus vinhos. Os vinhos da Borgonha são divididos em quatro categorias:
 Fonte: www.vignoblesetvignerons.com
 Fonte: https://media.grandsbourgognes.com/
 Fonte: www.maison-tramier.com
 Fonte: www.cavacave.com No próximo post, dicas de como chegar na região sem dirigir. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Porque a Borgonha é tão especial no mundo dos vinhos? A Borgonha é uma das regiões vitivinícolas mais importantes do mundo. Grande parte dela está localizada entre as cidades de Dijon e Lion, embora Chablis (clique aqui para ler), situada alguns quilômetros à noroeste de Dijon, pertença também a Borgonha. Curiosamente, os monges tiveram grande influência na identificação dos melhores terroirs (clique aqui para entender), chamados localmente de “climats”, para produção de vinhos. No século XIX Napoleão criou uma lei que dividiu as propriedades da igreja, obrigando que posteriormente elas fossem subdivididas entre os herdeiros e assim sucessivamente. As propriedades foram divididas de tal forma que alguns vinhedos podem ter vários donos. Já expliquei anteriormente sobre terroir, mas aqui cabe uma rápida recordação: é a junção de vários fatores que contribuem para a produção de um vinho, como solo, clima (não confundir com “climat”), relevo, exposição solar, variedades de uva e alguns consideram até mesmo o homem e todo o processo de produção do vinho até que ele seja engarrafado, como componente do terroir. Além da Borgonha ter se dividido em pequenas propriedades pertencentes a diversos donos, o que se observa é um mosaico incrível de "climats" em toda a região, inclusive entre os vinhos produzidos por proprietários vizinhos. "Clos" é um termo muito usado na Borgonha. Nada mais é do que um vinhedo cercado de muros, de modo que não pudesse passar um homem montado à cavalo por ele. O objetivo principal na época era evitar o roubo de uvas e capturar mais calor proveniente do sol para as parreiras. O mais famoso "Clos" da Borgonha se chama Clos Vougeot. A região é responsável por alguns dos vinhos mais caros do mundo, sobretudo devido à pequena produção e grande procura pelos enófilos. O vinho mais prestigiado é o Domaine de la Romanée-Conti. Sua produção é tão pequena que ele normalmente só é vendido junto a outros cinco vinhos em uma caixa fechada. Leilões pelo mundo costumam vender safras antigas não só do Romanée-Conti como de outros vinhos da Borgonha. Na próxima postagem conheça as classificações locais. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Você já ouviu falar do Jura e seus vinhos singulares (Parte 2)? Na primeira parte (clique aqui para ler), falei sobre o Vin Jaune e as uvas autóctones do Jura. Nesse post conheça dois vinhos doces produzidos na região. O primeiro se chama Vin de Paille. Para a produção desse vinho doce, as melhores uvas são retiradas das parreiras no início da colheita e são colocadas para secar lentamente em uma cama de palha, com o objetivo de desidratar e concentrar maior quantidade de açúcar.  Fonte: http://cloud.foodista.com Atualmente se utilizam também salas ventiladas para esse fim, como acontece na produção do Amarone e do Recioto della Valpolicella (clique aqui para entender), o que evita a formação de fungos. Apesar do tempo mínimo em lei ser de seis semanas, o processo de desidratação dura de três a cinco meses, concentrando o açúcar em torno de 300 gramas por litro. As uvas são então vinificadas e o vinho resultante terá gradação alcoólica entre 14% e 18,5% de acordo com a safra e o tempo de desidratação das uvas. Após a vinificação, o vinho passa três anos em madeira. O Vin de Paille é produzido a partir das uvas brancas Savagnin e Chardonnay e a tinta Poulsard. O Macvin (nenhuma relação com a Apple nem com o McDonald´s) é um vinho feito a partir do mosto (suco espremido das uvas) em início da fermentação alcoólica ou antes de começar a fermentar; a legislação fala em 153 gramas de açúcar por litro. A esse mosto é adicionado o aguardente (eau-de-vie) local chamado de Marc du Jura (produzido a partir da destilação de uvas) na proporção de duas partes de mosto para um de Marc de Jura. A adição da aguardente paralisa a fermentação, caso ela tenha começado e o vinho resultante ficará doce. As uvas utilizadas para a produção do Macvin são as cinco principais na região; Savagnin e Chardonnay para o branco e Poulsard, Trousseau e Pinot Noir para o tinto e para o rosé. É um vinho para ser tomado como aperitivo ou como sobremesa. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Você já ouviu falar do Jura e seus vinhos singulares (Parte 1)? A região do Jura se encontra a leste da Borgonha quase na fronteira com a Suíça. Alguns Chardonnays produzidos no Jura se assemelham a vinhos da Borgonha, por um preço bem mais em conta, porém boa parte dos vinhos da região são únicos e produzidos a partir de processos bem peculiares. A variedade de uva principal do Jura é branca e se chama Savagnin. Existem duas uvas tintas autóctones na região; a Trousseau e a Poulsard. A Trousseau, de maturação tardia, gera vinhos bem tânicos e encorpados e com aromas de frutas vermelhas, enquanto a Poulsard gera vinhos mais delicados, de pouca cor, bem aromáticos e costuma variar muito de acordo com a safra. O Vin Jaune (Vinho Amarelo) é um vinho branco, produzido somente com a uva Savagnin. O processo de produção é muito interessante. Após a vinificação normal, o vinho envelhece no mínimo por seis anos e três meses em barricas de 228 litros, conforme determina a legislação local, sem o preenchimento do vinho evaporado durante todo esse tempo (conhecido popularmente como a parte dos anjos). Para entender melhor, quando um vinho envelhece em barricas, uma pequena parte evapora através da micro-oxigenação originada do contato com a superfície porosa da madeira. O que se faz habitualmente nos vinhos tradicionais é um processo chamado de “ouillage” (termo em francês), que tem por objetivo completar o nível normal de na barrica com o mesmo vinho. Se esse espaço não for preenchido, o oxigênio que entrou na barrica irá oxidá-lo, prejudicando o produto final. Já no Vin Jaune, não se realiza a "ouillage". Conforme o vinho vai evaporando e se as condições climáticas assim o permitirem, como acontece também em Jerez (clique aqui para ler), uma camada de leveduras será formada (flor de leveduras), que se alimenta do álcool e de outros componentes do vinho e precisa de oxigênio para que continue viva, ao contrário das leveduras tradicionais usadas na fermentação alcoólica, as quais se alimentam do açúcar da uva em ambiente sem oxigênio.  Fonte: www.cote20.com A flor de leveduras isola o vinho do contato direto com o oxigênio e aporta a ele aromas característicos de nozes, frutas secas, especiarias e notas florais. Os Vins Jaunes costumam durar décadas. Devido à alta perda de vinho durante o processo, ele é vendido em garrafas de 620ml chamadas localmente de Clavelin (a garrafa convencional é de 750ml). Os vinhos Jerez são fortificados enquanto os Vins Jaunes não sofrem nenhum tipo de fortificação (adição de álcool ao vinho base). A cor amarelada aparece naturalmente com o envelhecimento do vinho branco e no contato com a madeira. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Você já ouviu falar da variedade de uva Picolit? A região do Friuli localizada no nordeste da Itália produz excelente vinhos, sobretudos brancos. No início de 2017 tivemos a oportunidade de visitar a região. Estivemos na vinícola Livio Felluga e degustamos vários vinhos. O último era de sobremesa e produzido a partir de uma uva local chamada Picolit.  Degustação de vinhos na Livio Felluga Fiquei curioso e como não conhecia esta variedade, pedi mais informações sobre ela. A senhora que conduzia a degustação nos explicou que a variedade de uva Picolit sofre de um defeito de polinização chamado aborto floreal. É uma característica genética que provoca a queda de parte das flores, originando cachos com poucas uvas e muito distantes umas das outras. Com isso, cada bago concentra muito mais açúcar do que seria o normal, pois os nutrientes não são divididos entre muitas uvas dentro do mesmo cacho; a produtividade é baixíssima. Em alguns anos e dependendo das condições climáticas, as uvas podem ser atacadas pela "podridão nobre" (clique aqui para entender) e aumentar ainda mais a sua complexidade aromática.  Livio Felluga Picolit 2011 Um belíssimo vinho de sobremesa com notas de frutos secos, damasco e mel, e que nos deixou muito felizes por ter tido a oportunidade de degustá-lo. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Como conservar um vinho depois de aberto? Quando abrimos uma garrafa de vinho, o que acontece é que o líquido fica exposto a uma grande quantidade de oxigênio. Com pequenas exceções, este líquido começará a se deteriorar modificando primeiro os aromas e sabores, e depois de um certo tempo, transformando o vinho em vinagre. É importante entender que você deve aproveitar a sua garrafa e pensar em conservá-la apenas quando decidir não bebê-la até o fim. Existem algumas formas de conservar um vinho depois de aberto. Tampar com a rolha deixará o líquido exposto ao oxigênio que havia entrado na garrafa no espaço onde havia vinho, fazendo deteriorá-lo rapidamente. Quanto menor a quantidade de vinho restante, maior será o efeito do oxigênio na bebida. Caso decida utilizar esse método, recoloque na mesma posição que tirou, pois o outro lado da rolha pode ter ficado exposto a bactérias e contaminar a bebida. O método que considero mais prático e de baixo custo é um sistema chamado de Vacu Vin, que funciona à base de uma bombinha e um tipo de rolha de plástico com quatro furos. Para utilizá-lo, basta colocar esta tampa no gargalo da garrafa e bombear o ar até que não consiga mais fazer sucção. Dependendo do vinho, pode conseguir conservá-lo, digamos de dois até no máximo seis dias.  O Vacu Vin não pode ser utilizado para espumantes, pois retira o gás da bebida. Existe uma tampa própria para espumantes que conserva a bebida por um ou dois dias, mesmo assim perdendo algumas características importantes dela. Existe um outro método que também é muito eficiente e pode conservar o vinho por 30 dias. O equipamento se chama Coravin e injeta uma agulha bem fina através da rolha, sem abrir a garrafa. O líquido que sai do interior é substituído por argônio; gás inerte e que impede a entrada de oxigênio dentro da garrafa. O problema deste método é que ele custa relativamente caro, pois tem que comprar o equipamento e posteriormente substituir os cilindros de gás. Goyo, proprietário da Anágora Wine Zone na cidade de Peñafiel, nos serviu grandes vinhos da Ribera del Duero utilizando o Coravin. Existe ainda um outra opção para consumo rápido que é guardar o restante do vinho em uma garrafa de 375ml ou de 187ml, previamente utilizada e preenchê-la completamente com o vinho restante. Particularmente, não gosto muito desse método que pode manter ainda um pouco de oxigênio na garrafa. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Porque algumas variedades de uva se adaptam melhor em clima frio e outras em clima quente? Cada variedade de uva apresenta um ciclo de maturação diverso. Após a colheita, as parreiras são podadas e entram em período de hibernação. Após um determinado tempo, que varia de acordo com a variedade da uva, elas começam a brotar e passam por todo o processo vegetativo até que o fruto seja gerado e colhido novamente. Quando a uva começa a amadurecer, ela apresenta maior nível de acidez do que de açúcar. Com o passar do tempo, a uva vai perdendo acidez e concentrando maior teor de açúcar. Os produtores avaliam diariamente os cachos para saber se já atingiram o equilíbrio entre estas duas características (de acordo com o vinho que pretende produzir); existe um equipamento que mede os graus Brix (que é a relação entre a acidez e o açúcar), duas das características mais importantes para se produzir um vinho de qualidade. É importante ressaltar que são avaliadas outras características das uvas antes de se realizar a colheita. Para entender melhor a questão da acidez x teor de açúcar de uvas que produzirão um vinho, imagine a seguinte situação: suco de limão é muito ácido, assim como mel puro é muito doce. É difícil tomar o suco de limão sem colocar o açúcar ou comer várias colheres de mel de uma só vez. É a combinação da acidez do limão com a doçura do açúcar que torna uma limonada agradável. E assim é a uva: ela precisa de acidez e açúcar nas quantidades certas. Não pense em acidez de um vinho como algo que incomode a você. Ela, na quantidade correta, só melhora as boas características da bebida. Os melhores vinhos brancos e alguns tintos de variedades como a Pinot Noir e a Nebbiolo, por exemplo, vêm de lugares mais frios, como o norte da França, da Itália e da Alemanha. Estas variedades precisam de menos horas de sol por ano para amadurecer e por isso se adaptaram bem a estes locais de clima mais frio. O ciclo de maturação destas uvas é menor. Já algumas uvas como a Cabernet Sauvignon e a Grenache, por exemplo, têm ciclos de maturação mais longos. Elas demoram para amadurecer e precisam de muitas horas de sol por ano. Por essa razão, são plantadas em locais com climas mais quentes como no sul da França e na Espanha. Plantar uvas de ciclo curto de maturação em lugares de clima quente podem gerar vinhos com pouca acidez e "sem graça". Já plantar uvas de ciclo longo de maturação em lugares de clima frio não farão as uvas amadurecerem corretamente. Os vinhos tenderão a ficar mais ácidos do que deveriam, gerando exemplares desequilibrados. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Qual a diferença ente um espumante e um frisante? Existem diversos estilos e métodos de produção de bebidas com borbulhas. Caso queira consultar, já comentei anteriormente sobre alguns tipos de espumantes (lembrando que todo o Champagne também é um espumante).
Uma das características que definem as categorias de bebidas alcoólicas com borbulhas é a pressão interna dentro da garrafa, que é medida em atmosferas (atm). Os espumantes são produzidos a partir de um vinho base, que normalmente tem um pouco mais de acidez que um vinho normal. De maneira geral, o que determina a futura pressão interna e a quantidade de borbulhas de um espumante é o licor de tiragem que é adicionado ao vinho base, composto por leveduras e uma quantidade calculada de açúcar. Após a segunda fermentação, realizada na própria garrafa ou em grandes autoclaves, o gás carbônico (borbulhas) será mantido, colocando uma determinada pressão interna em atm na garrafa ou no caso das autoclaves quando o espumante for engarrafado. Quanto maior a quantidade de açúcar neste licor, as leveduras o transformarão em maior quantidade de álcool e como produto secundário, gás carbônico. Logicamente, isto tudo tem um limite, porque estas borbulhas dentro da garrafa aumentam muito a sua pressão interna, correndo o risco de estourá-la, caso ela não seja adequada para tal fim. O limite habitual é entre de 6 a 7atm. O que difere um espumante de um frisante é justamente essa pressão interna na garrafa. Espumantes produzidos pelo método tradicional ou champenoise, como o champagne, onde a segunda fermentação acontece na própria garrafa, são bebidas com maior pressão interna, borbulhas menores e são considerados os melhores exemplares. Os espumantes produzidos pelo método Charmat, onde a segunda fermentação é realizada em autoclaves totalmente vedadas, têm menor pressão interna depois de engarrafados. Isto acontece, entre outras razões, porque após concluída a segunda fermentação, é necessário filtrar a bebida para colocá-la na garrafa, perdendo neste momento alguma quantidade de borbulhas. Já os frisantes tem pressão interna bem menor na garrafa, de até 2atm. Por esta razão, as garrafas utilizadas não precisarão suportar maiores pressões e podem ser menos espessas. Dentro da categoria dos frisantes, encontram-se os famosos Lambruscos.  Estive em Modena, cidade onde é produzido o Lambrusco e lá eles conhecem só o tinto. Os próprios italianos desconhecem os Lambruscos brancos que chegam ao Brasil! Estes últimos não são bebidas de qualidade, caso você esteja procurando um bom exemplar. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Quais são os melhores vinhos franceses? (Parte 3) Localização das regiões mencionadas neste post. Fonte Parcial: http://www.vin-vigne.com/vignoble/ Continuando com a lista dos melhores vinhos franceses, clique para ver a parte 1 e a parte 2, destaco a Alsácia, localizada no nordeste da França. A classificação de vinhos por lá difere do resto da França, pois no rótulo aparece, com pequenas exceções, o nome da variedade de uva e não a região vitivinícola produtora. Alguns dos vinhos apresentam residual de doçura que podem agradar aos iniciantes no mundo do vinho. Variedades brancas como a Riesling, a Pinot Gris e a Gewurztraminer exprimem seus melhores potenciais na região (clique aqui para entender melhor os vinhos da Alsácia). Abaixo de Paris se localiza a região vitivinícola do Loire. É uma região extensa na qual os brancos são mais importantes. Destaco os vinhos produzidos com a uva Sauvignon Blanc na proximidade das cidades de Sancerre e Pouilly-Fumé. Estes dois locais são o berço dessa uva e onde são produzidos excelentes brancos, que em nada se assemelham a aqueles produzidos com a mesma uva na Nova Zelândia e em alguns países do novo mundo vitivinícola (clique aqui para entender). Na região também existem excelentes vinhos produzidos com a variedade de uva branca Chenin Blanc, com a Muscadet (par ideal para as ostras) a oeste da região perto do oceano Atlântico e por último com a variedade tinta Cabernet Franc, que produz no Loire, em sua maioria, vinhos frescos e leves. Na região do Rhône são produzidos vinhos espetaculares no norte da região com a variedade Syrah em Hermitage e Côte Rôtie. Já no sul do Rhône prevalecem os blends (duas ou mais variedades de uvas), com predominância das variedades Grenache, Syrah e Mourvèdre, o famoso corte GSM e com a permissão de utilizar até 13 variedades de uvas tintas e brancas na composição do vinho mais importante da região, o Châteauneuf-du-Pape (clique aqui para entender). No Languedoc-Roussillon encontram-se vinhos menos prestigiados mas de ótimo custo/benefício. De lá vem também o Vin Doux Naturel (VDN) (clique aqui para entender melhor a região e o processo de produção dos VDN). A França também é reconhecida por ter os melhores vinhos rosés do mundo. Na região da Provence, próxima ao mar Mediterrâneo são produzidos ótimos rosés. As principais variedades utilizadas na região são a Syrah, Mourvèdre, Grenache e Cinsault (clique aqui para entender como é produzido um vinho rosé) Vários outros locais produzem vinhos na França, como Jura, Savoie, Madiran (origem da uva Tannat) e Cahors (origem da uva Malbec), a ilha da Córsega e a região do Sud-Ouest, entre outras. Por essa razões que detalhei nessas três postagens, considero a França, além da Itália (clique aqui para ler) como as regiões vitivinícolas mais importantes do mundo. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. Quais são os melhores vinhos franceses? (Parte 2) Localização das regiões de Borgonha e Champagne. Fonte Parcial: http://www.vin-vigne.com/vignoble/ Na postagem anterior (clique aqui para ler) fiz uma pequena introdução sobre o assunto e falei sobre Bordeaux. A Borgonha produz alguns dos vinhos mais caros do mundo, não só pela qualidade, mas pela pequena produção. São utilizadas basicamente as variedades Chardonnay para os brancos e a Pinot Noir para os tintos. Além da região ser bem menor em valores absolutos, existe uma enormidade de terroirs (clique aqui para entender), fazendo com que haja diferenças significativas entre vinhos produzidos em locais muitos próximos. O vinho mais conhecido entre os tintos é o Domaine de la Romanée-Conti. Quanto aos brancos, destaco os vinhos produzidos no vilarejo de Montrachet. Estes são só dois pequenos exemplos. A Borgonha produz vários outros exemplares de alto nível, tanto tintos quanto brancos (clique aqui para entender melhor os vinhos da Borgonha).  Domaine de la Romanée-Conti. Fonte: https://www.pandolfini.it/uk/auction-0080/romanee-conti-domaine-de-la-romanee-conti-2001.asp A alguns quilômetros a noroeste da cidade de Dijon encontra-se a cidade de Chablis, que ainda faz parte da Borgonha, com seus maravilhosos vinhos brancos, sempre produzidos com a uva Chardonnay e com características minerais devido ao solo kimmeridgiano (clique aqui para entender melhor os vinhos de Chablis). Champagne é a região mais famosa do mundo na produção de bebidas com borbulhas. Aliás, só deve ser chamado champagne as bebidas produzidas segundo as regras da denominação, dentro da região de mesmo nome. Outras bebidas, mesmo que sejam de excelente qualidade, recebem o nome de espumante ou algum nome específico de sua região, como Crémant (na França), Cava (na Espanha) ou Franciacorta (na Itália), por exemplo. Os Champagnes podem ser produzidos com a utilização combinadas de três castas principais (Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier), embora algumas outras variedades menos conhecidas sejam permitidas (clique aqui para entender melhor como são produzidos os Champagnes).  Visita a Maison Vollereaux em Pierry com o Philippe Ormancey, proprietário da importadora Chez France. No próximo post destaco as outras principais regiões produtoras francesas. Saúde, Santé, Salute!!! Deixe o seu comentário. |
